quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

do segundo vestibular.

Memórias de uma aluna brasileira
Do céu fluminense nasceu mais uma estrela : Aurélia Camargo... Essa tal de Aurélia Camargo! Já não me lembro as palavras exatas, mas, que me perdoe José de Alencar, assim como Fernando Seixas, pretendo não ouvi-las tão cedo.
Logo que entrei na oitava série, em um colégio do qual sinto saudades, conheci uma professora marcante: Lucélia ( perseguição ou não, até no nome ela me lembra Aurélia). Contudo, ela era um tanto quanto mais extrovertida e animada que esa forte e vingativa personagem que marcou a transição entre o romantismo e o realismo.
Dia vai, dia vem, a querida professora resolveu aplicar-nos um teste: teríamos que ler Senhora, de José de Alencar, para fazer uma prova. Foi a primeira vez que li um livro clássico e confesso que nas primeiras páginas já havia perdido o interesse.
José de Alencar e seu estilo detalhista, que utiliza meia folha para descrever a sala onde estão os personagens desviava minha atenção para qualquer fato fora da leitura - lembro-me como se fosse ontem do dia em que, deitada em minha cama fui olhar, em um ato brusco, uma mariposa caída, e o resultado: caí no chão, com livro e tudo! A partir daí, só li sentada..
Mesmo com as adversidades, terminei o livro. O dia da prova chegou e para meu espanto, a prova que eu imaginava ser constituída por questões dificílimas era apenas um amontoado de linhas implorando para que nossas palavras pulassem ali em forma de resumo.
Assustei-me e na hora pensei: "É hoje que tiro o primeiro zero da minha vida!" Mas as frases foram aos poucos se juntando, e, quando me dei conta, lá estava o texto. O resultado foi ainda menos esperado que a prova: eu havia tirado 10! Guardo ainda hoje essa relíquia comigo...
Eu imaginei que estaria livre da tal senhora depois da fatídica prova. Infelizmente - ou felizmente, foi apenas uma doce ilusão. Primeiro ano, segundo ano, terceiro ano: Aurélia fez questão de me acompanhar todo o Ensino Médio . Por incrível que pareça, comecei a gostar dela... E talvez ela tenha gostado de mim, porque ela me levou a apreciar uma das mais belas artes brasileiras: a literatura.
A escola, porém, não contente com meu "phD" em Senhora, inseriu um outro livro que hoje vigora no papel que exerceu a inesquecível senhora: Memórias Póstumas de Brás Cubas.
O autor-defunto (ou defunto-autor?) que ainda estava em dúvida sobre por onde começar suas memórias, teve Marcela - coxa, mas bonita, por alguns meses e 11 contos de réis. Fiquei penalizada com a situação e passei a admirar cada linha do livro- mesmo não sabendo cita-las categoricamente. E que me perdoem Machado de Assis e Brás Cubas, mas fiz minhas suas memórias..

Memória : Relato de um episódio marcante de suas práticas de leitura e/ou escrita.
UFMS 2009 Verão

OBS.: Texto com MUITAS adaptações... Juro que fiz um esforço imenso pra decifrar tudo o que escrevi, mas tá mais entender a política brasileira que ler o que tá rabiscado nesse papel.